Hábito pode causar ceratocone. Entenda
O mês de junho foi marcado no mundo todo pela campanha “Junho Violeta” de prevenção ao ceratocone. O principal alerta da iniciativa é evitar esfregar ou coçar os olhos. Isso porque, este hábito pode causar ceratocone. A doença inflama e degenera a córnea, lente externa do olho que responde pela refração da luz e se nutre do oxigênio retirado do ar. No Brasil o ceratocone atinge 100 mil pessoas e responde por 70% dos transplantes.
Pesquisa
Os riscos não param por aí. Uma pesquisa realizada por Queiroz Neto com 315 portadores de ceratocone revela que metade dos participantes convive com alguma doença respiratória crônica. Os sintomas da alergia ocular são coceira, ardência, vermelhidão, lacrimejamento e sensibilidade à luz. O problema é que a análise do filme lacrimal mostra que basta uma pessoa coçar os olhos por um minuto para ativar reações alérgicas e reduzir os inibidores de inflamação. Significa que coçar os olhos pode causar ceratocone em qualquer córnea já que diminui a resistência biomecânica e este é o maior fator de risco da doença. Por isso, a recomendação é consultar um oftalmologista sempre que sentir coceira.
O tipo de tratamento para o ceratocone varia conforme o diagnóstico. Em alguns pacientes a causa da comichão são reações inflamatórias no filme lacrimal e o tratamento é feito com colírio antialérgico, ou anti-inflamatório, de acordo com a severidade. Em outros, resulta de uma irritação causada por olho seco e o mais indicado é usar colírio lubrificante.
Diagnóstico
O ceratocone aparece na infância, mas só na adolescência surgem os primeiros sinais de perda visual. Tecnologias de imagem como a topografia, tomografia de coerência óptica (OCT) e o estudo biomecânico da córnea permitem diagnosticar casos subclínicos, antes dos primeiros sintomas. Isso é muito importante porque na infância a progressão costuma ser mais rápida, o acompanhamento da evolução se torna viável e o paciente se sente mais seguro para passar pelo crosslinking, única cirurgia capaz de interromper a evolução da doença.
Fonte: Portal da Oftalmologia